A Paulicéia Desvairada de Mário de Andrade
Foto: Guilherme Gonçalves (Nov/05)
São 85 anos passados desde o lançamento em 1922 (mesmo ano da Semana de Arte Moderna) da obra Paulicéia Desvairada de Mário de Andrade, e assim como o autor, me impressiona como diferentes ângulos de um mesmo ponto nos leva a ter diferentes sentimentos. É como se nossos olhos fossem verdadeiros caleidoscópios.
-------
O cortejo
Monotonias das minhas retinas...
Serpentinas de entes frementes a se desenrolar...
Todos os sempres das minhas visões! "Bom giorno, caro.
"Horríveis as cidades!
Vaidades e mais vaidades...
Nada de asas! Nada de poesia! Nada de alegria!
Oh! Os tumultuários das ausências!
Paulicéia - a grande boca de mil dentes;
e os jorros dentre a língua trissulca
de pus e de mais pus de distinção...
Giram homens fracos, baixos, magros...
Serpentinas de entes frementes a se desenrolar...
Estes homens de São Paulo,
Todos iguais e desiguais,
Quando vivem dentro dos meus olhos tão ricos,
Parecem-me uns macacos, uns macacos.
Paulicéia Desvairada
Mário de Andrade 1922
Um comentário:
põe meu crédito ae na "produção" dessa pict, afinal, segurei o cone, hahahahaha...
abs
Postar um comentário