domingo, 19 de outubro de 2008

Flor do Mocambo


Conheci essa figura aí numa segunda feira a tarde nas ruas de Porto de Galinhas... sempre tive muito interesse pela literatura de cordel e suas gravuras. Ao me dirigir a praia para caminhar, encontrei ele, José Augusto Ferreira Lima uma das principais figuras da União dos Cordelistas de Pernambuco. Pedi a ele para que fizésemos um "dueto" ou seria um "duelo"?? Só sei que foi aceito e por alguns bons minutos ficamos lá recitando versos típicos da Literatura de Cordel do Nordeste...

aos que se interessam por essa obra prima, segue:


Canção: Flor do Mocambo
Autor: Apolônio Cardoso




Dedico a você que está me ouvindo
E talvez sentindo saudades também
Ô Flor do Mocambo vestida de luto
Herança do fruto dos beijos de alguém

Foi de madrugada, quando eu lhe beijei
Parti e chorei, vendo a imagem sua
Sou triste e boêmio sem felicidade
Cantando saudade, aos raios da lua

Você flor divina, tão simples e tão bela
Ô flor amarela, do meu pé de jambo
Sou triste poeta, cativo mais amo
Por isso lhe chamo de Flor do Mocambo

Não tenho riqueza para lhe ofertar
Navio nem mar, nem Copacabana
Só tenho a viola a vida e mulambo
Ô Flor do Mocambo, da minha choupana

Lhe dou as estrelas, a lua a cascata
O campo e a mata, o riso e o pranto
Estrela cadente luz de vagalume
Venha dá perfume, aos versos que conto

Lhe dou peixinho, que morre na areia
A voz da sereia, que canta escondida
Eu só quero apenas que os dias seus
Se unam aos meus, nos dramas da vida

Odeio o guerreiro, da vil raça humana
O homem que engana ao sei Criador
Pois morro brigando no céu e na terra
E até faço guerra, pra ter seu amor

Olhando a inocência, que tem no seu riso
Eu fico indeciso, sem saber o que faça
Você é poema da felicidade
Plantando saudade, na alma da raça

Quando a mocidade, voar for embora
Olhando a aurora, sem saber porque
Aí chorarei já quase no fim
Com pena de mim, pensando em você

Termino o poema, olhando pra lua
Linda deusa nua, que sente ciúme
Ô flor do mocambo dos meus desenganos
No passar dos anos não perca o perfume



Porto de Galinhas, Pernambuco, 20 de Outubro de 2008

5 comentários:

Franferreira disse...

Aí, mandou bem ao postar a poesia de Apolônio Cardoso. Obra Prima do cancioneiro popular. Um verdadeiro poeta que sente a paixão em formas pintadas e belas traduzidas em belas canções como A Flor do Mucambo e a Flor do Cascalho. Parabéns pela sensibilidade artística.

LUCIENE SILVA disse...

COISA LINDA!!! QUE SAUDADE, CRECI OUVINDO FLOR DO MUCAMBO NA RADIO SERRANA DE ARARUNA.NOSSA" SE VC COMSEGUI MAIS DESSES TESOUROS NAO DEIXE DE DIVIDIR. EU SOU MUITO APAXONADA POR ESSAS CANCOES, IQUEI MUITO FELIZ DE VER ISSO POSTADO AQUI",MEUS PARABEMS!!! ene-luma@hotmail.com

LUCIENE SILVA disse...

COISA LINDA!!! QUE SAUDADE, CRECI OUVINDO FLOR DO MUCAMBO NA RADIO SERRANA DE ARARUNA.NOSSA" SE VC COMSEGUI MAIS DESSES TESOUROS NAO DEIXE DE DIVIDIR. EU SOU MUITO APAXONADA POR ESSAS CANCOES, IQUEI MUITO FELIZ DE VER ISSO POSTADO AQUI",MEUS PARABEMS!!! ene-luma@hotmail.com

Anônimo disse...

Nasci e criei-me nesse mundo, nessa atmosfera, na abstração desse clima. Um mundo à parte e, por não dizer, um país à parte, juntos, claro! Quem me prova que não somos mais puros que o Blues de New Orleans? Djalma Aquino.

Paraiba Confidencial disse...

Sou filho do poeta Apolônio Cardoso - Sou Josué Cardoso, jornalista em Campina Grande - PB - estou preparando um livro sobre a obra do meu pai - aguardem - meu fone: 83 986293457, para mais informações